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quarta-feira, 3 de setembro de 2014

"Era uma vez um rei que fez promessa de levantar um convento em Mafra. Era uma vez a gente que construiu esse convento. Era uma vez um soldado maneta e uma mulher que tinha poderes. Era uma vez um padre que queria voar e morrer doido. Era uma vez."




Como podemos perceber pelas frases que citei da contracapa, este romance descreve a construção de um dos monumentos mais emblemáticos de Portugal, o Convento de Mafra. Tudo começa com a apresentação da relação Rei/Rainha enquanto casal. Tendo a rainha chegado à corte à dois anos e tendo o rei ido ao seu quarto duas vezes por semana, na tentativa de dar um herdeiro a coroa, saindo todas estas tentativas frustradas, chega um frade à corte com a mensagem de que os reais desejos podem ser concretizados se o Rei oferecer um grande convento em Mafra para albergar a ordem franciscana. Então o rei promete que se dali a um ano tivesse um filho mandaria construir o dito convento. Então, nasce a primeira filha, a princesa Maria Barbara e começa a construção do convento. Por essas alturas, durante um auto de fé, Blimunda, a filha de uma degredada conhece um homem, Baltasar, um antigo soldado de guerra que lá perdera a mão. Acabam por ir para casa de Blimunda, juntamente com Bartolomeu Lourenço, um padre que os acompanhava. Acabam por oficializar a sua relação de uma forma muito pouco ortodoxa. Num plano paralelo ao da sua relação, este casal dedica-se a ajudar o padre Bartolomeu na concretização do seu sonho, construir uma maquina com a qual pudesse voar. Entretanto, Baltasar e Blimunda dirigem-se a Mafra, terra natal de Baltasar enquanto Bartolomeu se dedicava ao estudo de mecanismos que fizessem voar a sua maquina. Dá-se aqui o relato do inicio das obras em Mafra, dos quais se destaca o lançamento da primeira pedra. Depois de o padre regressar, já conhecendo os fundamentos do voo, Blimunda e Baltasar regressam a Lisboa e, aproveitando-se dos estranhos poderes de Blimunda (conseguir ver por dentro das pessoas), Bartolomeu encarrega-a de recolher as vontades humanas que se libertassem dos corpos, pois eram estas as "peças" fundamentais para que a passarola voasse. Depois de tudo estar pronto, o Padre acaba por consentir em voar na maquina, não como modo de exibir a sua invenção, mas antes como uma tentativa de escapar às garras da inquisição que desconfiava de uma obra do demónio. Mas como a máquina só voava com a luz do dia, ao cair da noite aterraram no Monte Junto. Aí, o padre tenta incendiar a máquina e foge, nunca mais sendo visto. Mais tarde descobre-se que morrera louco em Espanha. Baltasar e Blimunda regressam a Mafra, onde Baltasar ajuda a construir o convento. Visitando regularmente a máquina, Baltasar vai reparando os estragos que são deixados pelo tempo. Na sua ultima visita, Baltasar escorrega num pouco de madeira podre e com o gancho que tinha no lugar de mão aciona o mecanismo que abria as velas e a maquina levanta voo. Depois de muito esperar inquieta, Blimunda acaba por sair à procura de Baltasar, mas ao chegar dá pela falta da máquina. A partir daí começa a busca de Blimunda, que acaba por durar nove anos. Num terceiro plano, temos ainda a construção do mosteiro, construção essa levada a cabo pelo povo, anónimo, como sempre, que trabalha para o único fim de satisfazer os caprichos e as vaidades do rei, que não quer morrer antes da obra estar terminada. Nesta parte, estão contidos muitos sacrifícios humanos, como a perda de vidas, outros trabalhos pesados e a separação de famílias. Daí, surge a explicação do autor para o nome Mafra: Mortos, Assados, Fundidos, Roubados e Arrastados.
A ação termina quando Blimunda encontra Baltasar, no mesmo sítio onde o conhecera, pronto para ser queimado na fogueira da inquisição.

Na minha opinião, o enrredo está muito bem construído, de modo a dar o privilégio aos verdadeiros heróis da história. No ínicio, o protagonista era o rei, que vai perdendo o prestígio à medida que o povo vai perdendo o anonimato.

E porque gosto de ler...
Recomendo!

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

A Resistência: Ninguém pode decidir por ti - Gemma Malley

Dando continuação a "O Pacto" (ver aqui), este romance conta-nos a história de Anna e Peter, já depois de abandonarem o centro de Excedentes onde se viam aprisionados.

Como forma de se sustentarem, pois estão inseridos numa sociedade marcada pela escassez de recursos, mas também como forma de colaborarem com a Resistência (organização secreta destinada à luta contra a longevidade e as políticas anti-natalidade vigentes no século XXII), Peter decide trabalhar nos laboratórios do avô (Richard Pincent), o possuidor da maior cadeia farmacêutica de medicamentos de longevidade. Aqui, Peter vai ter que silenciar todo o seu desagrado perante a produção massiva de fármacos que contrastam com os seus ideais, colaborando nas pesquisas. Sem se aperceber, começa a levar uma lavagem cerebral, pois o seu avô, uma pessoa determinada e sem escrúpulos quer por força que o seu neto assine o pacto. Para isso, vai-lhe falando de uma forma aliciante acerca de todas as vantagens de uma vida infinita, manipulando-o, tanto a ele como a Anna.
Ao mesmo tempo, Anna é raptada por um grupo de Caçadores que a levaram a acreditar que queriam ajudar a libertar excedentes, de modo a testarem a sua verdadeira identidade. Como se dispôs a ajudar, foi levada para os laboratórios de Richard Pincent, de modo a ser usada como cobaia para produção de células estaminais.
A todas estas peripécias, é ainda acrescentado Jude, o meio-irmão de Peter que o espia e decide finalmente ajudar a libertar-se do seu problema.

Assim, o romance acaba quando Peter decide manter a sua posição perante a Longevidade, rebeliando-se numa conferência de imprensa que Richard marcara para este assinar o Pacto. Com a ajuda do seu meio-irmão e de outros colaboradores da Resistência, Peter encontra Anna e ao analisarem os exames médicos que lhe haviam feito para saberem se podia participar nas ditas experiências, descobrem que esta está grávida. Assim, Peter e Anna acabam por fuir para o campo, onde decidem passar a viver e onde esperam pelo nascimento do seu filho.


É um livro muito interessante e que, mais uma vez, nos assalta a consciência, fazendo-nos refletir acerca da durabilidade da vida e do direito que temos sobre ela, até que ponto a podemos manipular.

Porque gosto de ler...

Recomendo!

sábado, 9 de agosto de 2014

O Céu Existe Mesmo - Todd Burpo

Esta é a história real de Colton (filho de Todd), um menino de quatro anos que começa a sentir umas
dores abdominais bastante fortes, tendo necessidade de ser operado de urgência, uma operação difícil e muito arriscada.
Apesar do seu estado, Colton sobrevive, e, passados uns tempos depois da operação começa a falar de Jesus de uma forma que os pais, mesmo sendo bastante praticantes da sua religião, ficaram muito admirados, pois o menino fazia descrições extraordinárias acerca de Jesus, do Céu e de um  avô que não chegara a conhecer e até de uma irmã que tivera e não chegara a nasce, que os pais nunca lhe tinham falado. Contou ainda que durante a sua operação tinha visto os pais a rezar pelo sucesso da operação.Estas descrições fabulosas deram credibilidade a Colton, levando os pais a acreditarem nele e a reforçarem a sua fé, o que faz deste rapaz o menino que foi ao Céu e voltou. Estando cada vez mais presente na vida ativa do pai enquanto pastor da sua Igreja, Colton vai colaborando com o pai e dando encorajamentos a pessoas em estado terminal, tranquilizando-as e falando carinhosa e inocentemente da forma como Jesus e o Pai estavam prontos para os acolherem na vida eterna. 

É uma história encantadora, cheia de relatos fascinantes que incrementam a fé a qualquer pessoa aberta a conhecer a mensagem de Deus. Acima de tudo trás-nos uma mensagem de esperança.



E porque gosto de ler...

Recomendo!

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Ensaio Sobre a Cegueira - José Saramago


Tudo começa quando um homem cega enquanto está parado no semáforo,em pleno trânsito. Depois de ser ajudado a chegar a casa por um desconhecido e de ter estado com a mulher, que o decide levar ao oftalmologista, apercebe-se que quem o ajudara lhe roubara o carro. Depois de o médico o ter observado, este continua a atender os outros pacientes que esperam. O médico apercebera-se da estranheza do caso do seu paciente, em que a cegueira, ao invés de se manifestar negra, aparece como branco como se só houvesse luz, que impedisse a visão, continua a pesquisar, comunicando as suas preocupações aos responsáveis da saúde no país. Passado um pouco percebe que também está cego e que esta cegueira é contagiosa, tentando afastar-se da mulher, como medida de precaução, coisa que esta recusa.

Entretanto, as autoridades, como modo de pararem o contágio, que já se manifestara também nos pacientes que o Médico havia tratado depois, nomeadamente, um velho com uma venda preta, que sofria de cataratas, uma prostituta, que usava óculos escuros e tinha conjuntivite e um menino estrábico, decidem isolar os contagiados em quarenta provisória, de modo a pararem o "mal branco", encerrando estes doentes num antigo manicómio. Mesmo sem ter cegado, a mulher do médico finge-se contagiada para poder ficar junto do marido. Assim, vai chegando cada vez mais gente ao antigo manicómio, notando-se a escassez de alimento, assim como a falta de cuidados e de higiene que só a mulher do médico podia viver. Assim se passam os dias neste alojamento de cegos, em que as pessoas se vão agrupando, consoante os sítios onde se estabeleciam para dormir. Desta forma, cada grupo vai fazendo por si e pela subsistência, uma vez que as necessidades básicas como alimentação, se vão fazendo sentir, começando  tentar liderar no manicómio vendendo o pouco alimento que havia em troco de bens pessoais. Mais tarde, quando ninguém tem bens para trocar por comida, o grupo que lidera o manicómio, constituído exclusivamente por homens começa a exigir favores sexuais. Depois de as mulheres terem sido submetidas ao limite da dignidade humana, a mulher do médico revolta-se e mata o chefe do grupo, de modo a restituir um pouco mais de justiça àquele lugar, onde a própria justiça já era uma utopia. Mesmo assim, continuam sem o direito à comida e uma mulher decide pegar fogo à camarata onde estes estavam. Com o alastra do incêndio, os cegos vêm-se forçados a sair daquele lugar inóspito, não encontrando, para seu espanto, oposição à saída.

É neste momento que percebem o cúmulo de todo aquele cenário monstruoso. A rua, a cidade, tudo se tinha transformado num caos, onde cegos viviam na rua, que por sua vez se encontrava inundada de lixo e de dejetos, causados pela putrefação deixada pela falta de cuidados e higienização sofridos. Decidem então criar um grupo coeso, de modo a não se perderem e a poderem orientar-se com a ajuda da mulher do médico, até chegarem às suas casas. Este grupo é constituído pelo médico e a mulher, o primeiro cego e a mulher, o velho da venda preta, a rapariga dos óculos escuros e o menino estrábico.

Dirigem-se então à casa do médico, suficientemente espaçosa para albergar todos. Antes disso, a mulher do médico tinha procurado comida, entrando num supermercado, mas até aí toda a comida havia esgotado. Então lembra-se de ir ao armazém do supermercado e encontra a reserva de conservas que leva para alimentar o grupo que d certo modo sustenta. Quando mais tarde volta para buscar mais comida, percebe que o armazém fora descoberto por cegos famintos, estando preenchido por corpos mortos em avançado estado de decomposição. Ao regressar a casa para numa igreja onde todos os santos têm vendas nos olhos. Dando alerta de tal situação, as pessoas fogem daquele lugar desesperadas e aí, a mulher do médico consegue obter um pouco de comida. Depois de regressar a casa, todos jantam e ouvem a mulher do médico ler para poderem alimentar a alma. Passado um pouco, o primeiro cego deixa de "ver" tudo branco, e com os olhos fechados vê tudo preto. Pensando que contraíra a cegueira comum, manifesta-se, mas ao abrir os olhos percebe que já vê. Num ambiente de euforia, cada um recupera a esperança de voltar a ver. Depois de uma noite passada em claro e depois de o recuperar gradual da visão, esta torna-se numa realidade próxima. Então, as pessoas saem à rua para assistir aos brados de "Vejo!" e a mulher do médico olha para o céu vendo tudo branco, consciencializando-se que chegara a sua vez de cega. Invadida por uma vaga de medo, volta os olhos para baixo e apercebe-se que ainda vê.



É assim que termina este romance. Dotado de uma grade criatividade, o autor consegue usar a melhor metáfora para caracterizar a humanidade: a cegueira. Como é que não nos podemos considerar cegos? Os mais fortes não olham a meio para atingir os fins; as autoridades não vêem (ou fingem não ver) a forma como o pode é exercido; e os mais fracos não reparam nas formas como são comprados, deixando-se seduzir pelas vantagens a curto prazo. Como é que não somos cegos, pergunto-me mais uma vez. Como mote deste livro temos a citação "Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara." e a sabedoria popular diz-nos que "O pior cego é aquele que não quer ver" e assim fica nítido que somos realmente cegos. Com capacidades para olhar, ver e reparar, cegamos perante as pequenas coisas que existem, não mudamos em nada as nossas ações para que o mundo deixe de estar no estado caótico em que se encontra. Não digo que se viva o mesmo caos descrito no romance, mas antes um caos psicológico em que a nossa cegueira não nos deixa usar a lucidez para guiarmos as nossas vidas.

Como mensagem principal
deste romance, acho que o autor pretendeu dizer para abrirmos os nossos olhos, não só numa visão egocentrista, mas sim para tudo o que nos rodeia. Porque um pequena passo, dado por uma grande sociedade, pode se traduzir na melhoria da qualidade de vida da humanidade.


E porque gosto de ler...

Recomendo!

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

O Novo Inquilino - Doreen Tovey

O Novo Inquilino é mais um daqueles romances que li acerca da relação dos Homens com os seus animais de estimação. Diferindo do que publiquei ontem (ver aqui) pelo facto de não se tratar de cães, mas sim de gatos, esta é uma história em muito
semelhante à anterior. Escrito também na primeira pessoa, este é o relato de Doreen e Charles, acerca da sua paixão por gatos, principalmente os siameses. Possuindo um casal de siameses, Solomon Sheba, este casal vive encantado com as aventuras dos seus queridos gatos, até que um dia, inesperadamente, morre o seu gato Solomon. Confrontados, não só com uma grande tristeza, vêm-se também preocupados com o facto de Sheba também sofrer com a perda do seu grande amigo. Tentando solucionar o problema da gata, deparam-se com um dilema: arranjar ou não um novo gatinho? Decidindo-se a favor deSheba, o casal Tovey acaba por arranjar um novo gatinho, Seeley, o seu novo inquilino, que a princípio é um pouco rejeitado por Sheba, por não se tratar do seu antigo companheiro de aventuras, passando a ser aprovado por esta ao demonstrar que está à altura de Solomon, e das suas peripécias, no momento em que cai num lago cheio de peixes. Assim, a felicidade regressa novamente àquela já alegre casa que apenas oassara por um momento mais triste...


É uma história muito agrardável, de fácil leitura, que deixa o leitor a desfrutar dos maravilhosos momentos vividos pela autora, transbordando de carinho e próximidade para com os seus animais de estimação, que transmitem o verdadeiro amor dos donos pelos gatos.

E, porque gosto de ler...

Recomendo!

Marley & Eu - John Grogan

Esta é a história de John e Jenny, uma história real. Dá-nos a conhecer a sua vida com o seu cão, Marley, nome inspirado numa música de Bob Marley, desde o momento em que o escolheram até depois da sua morte. Neste livro, falando a voz da experiência, John Grogan partilha os momentos vividos com o seu cachorro, a sua interferência na sua vida de casal e até o relacionamento do cão com os seus filhos. Descrevendo Marley com as palavras mais carinhosas, John Grogan, mostra como a presença de Marley foi fundamental nas suas vidas, nos momentos mais alegres e também nos mais tristes. Ao mesmo tempo, dá-nos a conhecer pormenores acerca do cão, como o evoluir com a idade, os problemas de saúde que vão surgindo... E é com um problema gástrico que as coisas começam a piorara para os lados de Marley. Depois do seu primeiro sintoma de doença, que acaba por agravar, Marley é submetido a uma operação cirúrgica, da qual a probabilidade de sobrevivência é mínima. Mas não é aqui que acaba a sua jornada. A evolução do seu quadro clínico revela uma recuperação não esperada que o permite vive mais algum tempo. Aesar do sucesso da operação, Marley volta a ter algumas recaídas, e, no momento de mais aflição para Marley, os donos acabam por decidir, embora custosamente, terminar o seu sofrimento.


Sendo jornalista, John acaba por dedicar uma coluna a Marley, referindo a importância deste na sua vida.

É uma bela história, com partes cómicas e de leitura agradável.

Porque gosto de ler...

Recomendo!

Recomendação

Hoje, como não tenho nada para publicar, decidi recomendar um blog interessante:


Por Papão da Fantasia

O Diário de Anne Frank

Tendo marcado toda a humanidade, este é um testemunho da opressão que se fez sentir durante a 2ª Guerra Mundial, não apenas quanto aos receios e mortes provocados pela batalha propriamente dita, como também pelos preconceitos racistas associados às políticas nazis anti-semitas.



Estrito pela própria Anne Frank enquanto esta vivia a experiência do refúgio, este relato de mais de um ano de vida num esconderijo, dá-nos a conhecer toda a sua experiência enquanto adolescente preocupada com o seu mundo e com questões humanitárias, como a moralidade do extermínio dos judeus. Ao mesmo tempo, dá-nos conta dos problemas da sua vida pessoal, como as discussões em família, principalmente com a sua mãe, mas também o seu lado apaixonado, quando esta relata os seus amores por Peter, um jovem que também viva no abrigo.

Bastante marcante e profundo, esta é um livro que me deixa a pensar novamente nos ideais que deixei nos dois dias anteriores, com as fábulas que vos apresentei, acerca da aceitação das diferenças para a construção da paz. Será que a humanidade não aprende com estes ensinamentos que nos são deixados por estes pequenos, mas ao mesmo tempo, GRANDES Livros? Não serão as diferenças o grande motor da sociedade?


E porque gosto de ler...

Recomendo!

O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá: Uma História de Amor - Jorge Amado

Hoje apresento-vos mais uma fábula, em que novamente os protagonistas são os gatos e as aves. Esta foi uma história que o Vento contou à Manhã enquanto acendiam o Sol, o que fez com que esta chegasse atrasada, alterando os ritmos naturais das coisas. Por isso, o Tempo foi falar com a Manhã e prometeu-lhe que se a história que o Vento lhe contara fosse bonita lhe ofereceria uma rosa azul.

Cá vai. No parque onde viviam os animais, todos tinham medo do Gato Malhado, que tinha fama de destruir tudo o que via e de simplesmente ser mau. Acontece que, com a chegada da primavera, o gato acorda com novos humores, transbordando boa disposição. Pensando que de alguma partida de tratava, os animais do parque fugiram todos para se refugiar. Todos? Todos, não! A brava Andorinha Sinhá ficara a comtmplar o Gato, pois este era o único habitante do parque com quem não falava e queria que todos fossem seus amigos. A partir deste momento, começa a passear com o gato, passando a primavera e o verão mais felizes de cada um, até que o gato se declara apaixonado. Tentando evitar que algum mal acontecesse à filha, os pais da andorinha definem-lhe o casamento como Rouxinol, mestre do canto. Assim,se passa o Outono, em que os dois apaixonados mal se falaram, sentindo-se separados por uma invisível cortina, até que num dia em que a Andorinha se mostrava alegre, ela lhe conta que se vai casar. Aí, o Gato recupera a má fama, até que no inverno se dá o casamento. Percebendo a inutilidade do seu sonho de amor impossível, perdendo o seu rumo, dirigindo-se ao refúgio da cobra cascavel.

Foi esta a história que a Manhã contou ao tempo, com a qual recebeu a rosa azul, que às vezes usa como adorno. É por isso que quando ela a usa se di que está uma esplêndida manhã azul.

Esta é uma bela fábula onde reconheço novamente a seguinte moral, que o mundo só será bom a partir do momento em que assimilarmos as diferenças entre os seres vivos e as entendermos como parte integrante para a construção de alicerces seguros para a paz no mundo.

E porque gosto de ler... 

Recomendo

História de uma gaivota e do gato que a ensinou a voar - Luís Sepúlveda

Este romance de Luís Sepúlveda apresenta a história de um gato, Zorbas, que ao começarem as férias dos seus donos, pensando nas vantagens de ter a casa só para si, se depara com uma gaivota, Kengah, que cai na sua varanda,

 após ter sido apanhada por uma maré negra que a acabaria por matar. Mas, antes de morrer, faz Zorbas prometer três coisas:


  1. Não comer o ovo que estava prestes a pôr;
  2. Criar a pequena gaivota que nascesse;
  3. Ensiná-la a voar.

Pensando que esta delirava, Zorbas procura os concelhos dos seus amigos gatos, Secretário, Sabetudo e Colonello, tentando salvá-la. Ao regressar descobrem a gaivota morta, juntamente com o seu ovo, apercebendo-se da responsabilidade e do peso de cumprir as suas promessas.
Assim, são-nos contadas as aventuras destes gatos, juntamente com o amigo Barlavento, no porto de Hamburgo, na tentativa de cumprirem as promessas. A patrtir do nascimento, os cinco gatos vão guiando Ditosa, a pequena gaivota, pela cidade, protegendo-a dos perigos iminentes, até perceberem que era hora de cumprirem a terceira promessa: ensiná-la a voar. Depois de 17 tentativas falhadas, decidem quebrar o tabu que impede os gatos de comunicar com os humanos, de modo a acocelharem-se com um poeta, inspirando-se num poema de Bernardo Atxaga, chamado As Gaivotas:
"Mas o seu pequeno coração
- que é o dos equilibristas-
Por nada suspira tanto
Como por essa chuva tonta
Que quase sempre traz vento,
Que quase sempre traz sol."

Então, nessa noite chuvosa, levam-na ao campanário de São Miguel onde a libertam e ela aprende a voar definitivamente, acabando a história com um final feliz.

Tal como podemos ver na sinopse, esta obra pode-se considerar tanto uma fábula, como uma parábola, com uma grande menssagem associada. Dela tirei duas conclusões em jeito de moral:
  1. Aceitar, respeitar e integrar as diferenças é a chave para a paz;
  2. "(...) à beira do vazio compreendeu o mais importante (...) que só voa quem se atreve a fazê-lo."
E porque gosto de ler...

Recomendo!

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Predestinado - Philppa Gregory

Decorrendo durante o ano de 1453, Predestinado é um romance histórico que decorre numa época em que tudo é presságio de um fim do mundo próximo. Deste modo, cabe a um jovem de 17 anos, Luca Vero, a missão de descobrir os mistérios associados ao fim do mundo na Europa, registando estes momentos, já depois de ser expulso do seu mosteiro. Assim, depois de sair de Roma, o seu primeiro destino é Lucretili, onde o espera um estranho caso na abadia, em que a madre abadessa, Isolde, um rapariga, também ela de 17 anos, é acusada de bruxaria e de outras coisas estranhas, como o enlouquecimento das outras freiras ao seu cuidado, contribuindo estes acontecimentos para o aumento do clima de tensão vivido nessa época. Ao descobrir a inocência de Isolde, pouca antes de esta ser queimada numa pira, Luca ajuda a fugir do convento, levando-a por uma viagem ao longo de Itália. Durante esta viagem vão-se conhecendo mutuamente, tal como os acompanhantes de cada um e travando ujma relação forte, superando desafios relacionados com magia negra e criaturas fantásticas, combatendo o avanço do Mal e defendendo as fronteiras da Cristandade.


É um bom romance, mas ainda quero saber mais. Por isso é que espero a continuação, que já foi publicitada no livro da autora, Philippa Gregory.

É por estas razões e porque gosto de ler que...

Recomendo!

quinta-feira, 31 de julho de 2014

A Profecia de Istambul - Alberto Santos

A Profecia de Istambul é um livro cuja ação decorre maioritariamente durante o século XVI, o chamado Século de Ouro, em que a fusão de religiões e culturas promovem um confronto entre as forças do Bem e do Mal.  

Desenvolvendo-se em torno da Lança de Destino, a qual perfurou o lado de Cristo aquando da sua crucificação, a obra começa quando a Lança é negligentemente perdida por um dos seus últimos possuidores, Roger de Flor, que a perde ao morrer numa batalha, durante o século XIV. De volta ao século XVI, deparamo-nos com três jovens, unidos por uma amizade fiel que os leva a fazerem um pacto de sangue, tornando-se irmãos. Durante o ritual, tomam conhecimento de um livro, o "Necronomicon"k, que se for possuido em conjunto com um outo objeto, o seu detentor pode guiar o destino da humanidade, tanto para bem como para mal. Separando-se no fim deste encontro, cada amigo segue o seu rumo, sendo que Jaime, o protagonista se separa também de Rosa, a rapariga por quem estava apaixonado.
E como o destino é um dos grandes agentes desta obra, Jaime acaba por reencontrar os seus dois amigos e a sua amada, por força de uma missão que têm que cumpir em Orão, de modo a stender os limites Cristãos em territórios árabes. Perseguidos desde Espanha, por ouvirem uma conversa onde era mencionada a Lança do Destino, Jaime e os ses amigos vêm-se torturados pela inquisição, mesmo em terras de África. Depois de serem derrotados numa das suas batalhas. Aí descobrem que têm a missão de recuperarem a Lança e de a restituirem ao seu devido lugar, sendo necessário Jaime renegar a sua religião e fazer-se "turco de profissão" para poder circular livre e discretamante no mundo árabe. De seguida, parte para Istambul, onde descobre novas informações acerca da missão que lhe cabe cumprir. Descobre a história associada à Lança e conhece Grácia Nasi, uma judia muito bem sucedida em Istambul que o vai informando acerca da Lança. É aqui que lhe explica a profecia, que dita que se a Inquisição tomar posse da Lança e de um livro, o "Necronomicon" os pode usar para provocar um holocausto, destinado à exterminação dos judeus. Além disso, a Lança era conhecida por dar grandes glórias aos seus possuídores durante a vida, mas no momento da mudança de possuidor, a possuidor anterior teria uma morte trágica. Depois de muitas desventuras, Jaime consegue finalmente recuperar a Lança e repô-la no seu devido lugar, regressando para junto de Rosa.

Ao ler este romance, e ao conhecer a profecia pensei: "Coitados dos Judeus, tinham medo de serem aniquilados pela inquisição se esta possuisse a Lança e nem sequer sabiam que mais tarde, mesmo sem a Lança estariam gravemente ameaçados". Mas estava muito enganda e é aqui que o autor remata em beleza, ao concluir no epílogo que Hitler, depois de ver a Lança num museu em Viena a achou de alguma forma mágica, mas que isso era provavelmente fruto da sua imaginação. Mas ao alcançar o poder e ao anexar a Áustria, Hitler toma posse de todas as coleções dos museus, incluindo a Lança. É aqui que se cumpre a profecia, dando-se o holocausto. Quando os EUA chegam à Alemanha para derrotarem Hitler, entram no esconderijo da Lança e levam-na. De modo a que a profecia ficar completa, o que é que faltava acontecer? A morte trágica de Hitler. E a História confirma este facto: Oitenta minutos depois de os Americanos invadirem o esconderijo de Hitler, este suicida-se consomando a História da Lança, que voltou a ser guardada.

É por estas razões, e porque gosto de ler que...
Recomendo

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Os Maias - Eça de Queiroz

Datando de 1888, Os Maias é um romance que retrata a história de uma nobre família portuguesa, a família Maia, inserindo a crítica social. Conta a história de Carlos e do seu avô, Afonso, que habitam Lisboa, sendo consideradas gentes cultas e de bom gosto. Pouco depois de começarem a habitar Lisboa, Carlos conhece uma senhora muito formosa, por quem se apaixona. Tornam-se amantes, até que Carlos descobre uma parte do seu passado conturbado, tencionando cortar as suas relações, mas os encantos desta mulher acabam por o prender, sentindo mais amor por aquela figura abandonada pela fortuna. Crescendo de dia para dia o amor entre eles, Carlos promete-lhe uma fuga para Itália onde possam viver o seu romance, já depois de casados. Entretanto, Guimarães, um amigo da mãe de Carlos em Paris, devolve ao amigo de Carlos um cofre que deixara a sua mãe, dizendo acidentalmente que o podia entregar a Carlos ou à irmã. A esta afirmação de Carlos, o amigo fica aterrorizado, pois descobre que a amante de Carlos é afinal sua irmã, praticando-se um incesto inconsciente. Depois de contar toda a verdade a Carlos e ao avô, Carlos não consegue conter os estímulos, sucumbindo à tentação de estar com a irmã. Abate-se sobre esta família a tragédia total, pois Afonso não consegue resistir ao desgosto de saber que o neto é amante da irmã, acabando por morrer. Depois da separação entre Carlos e Maria Eduarda, a irmã, este parte para uma viagem pelo mundo, regressando a Lisboa dez anos depois. Ao longo do romance, encontramos muita crítica social, principalmente aos atrasos do país, que aplicava uma educação ultrapassada, com gostos literários ultrapassados e, acima de tudo, um Portugal sem a capacidade de inovar.
É um bom livro, que gostei de ler, que me ensinou um pouco mais acerca do contexto do país no século XIX, presenteando-me com um romance inspirador.
É por estas razões e ... porque gosto de ler que ...
RECOMENDO!

Os Profetas - Alice Vieira

Os Profetas é um romance de Alice Vieira que decorre durante o ano de 1533. Relatado por Filipa Nunes, conta a história de vida desta jovem e de seu tio, Fernão Nunes, considerados profetas na ilha de Porto Santo. Depois de quase dez anos paralítica, Filipa Nunes recupera, pois um dia seu tio dissera-lhe que se tivesse vontade deixaria a cama. E assim aconteceu, passaram a ser considerados profetas e, durante dezoito dias espalhou-se o caos pela ilha. Após uma denúncia, Filipa e Fernão são presos pela inquisição e são condenados a atos de tortura em público, sofrendo ao calor de velas que lhes deixavam o corpo em chaga. Já depois de se separarem, Filipa apercebe-se que está muda, mas reconstitui a sua vida, casando com um homem relacionado com a inovação literária que acaba por ser condenado a um auto de fé.
É um bom livro, que nos mostra o poder da inquisição ao longo da história, ajudando-nos a valorizar a liberdade que nos foi concedida.
É por estas razões e ... porque gosto de ler que ...
RECOMENDO!

O Ano Sabático - João Tordo

O Ano Sabático é um romance de João Tordo que retrata toda uma busca de identidade inerente à pessoa humana. Em destaque surge Hugo, um contrabaixista em Montréal que ao fim de treze anos de vida desregrada decide irar um ano sabático em Portugal, junto da família. Acontece que quando chega a Portugal assiste a um concerto de um pianista que recentemente alcançara um sucesso estrondoso, tendo o pianista tocado um tema inédito, que estava unicamente escrito na mente de Hugo. De facto, havia semelhanças físicas entre eles e Hugo acredita que esta coincidência só se pode dever à possibilidade de serem gémeos, pois o idêntico de Hugo morrera à nascença. Entrando em momentos de pura reflexão, Hugo redescobre o seu passado, revolvendo as suas emoções e as do conceituado pianista. Entrando em profundo delírio, Hugo acredita ter assassinado Stockman, o pianista, suicidando-se depois, deixando como único legado uma carta em que relata toda a sua busca pela identidade, deixando também a composição que já se vinha a desenvolver na sua cabeça. Quando revelam a Stockman o trágico final da sua suposta "metade", este entra também em dilemas interiores, que são nesse momento relatados pelo seu melhor amigo. Assim, Hugo, num acesso de desespero, parte também para o Canadá, tirando um ano sabático dedicado à procura de pistas acerca do seu outro, acabando por se estabelecer lá definitivamente.
No fundo, apreciei este livro, levou-me a pensar em quem sou, se sou mesmo original. De facto, só um autor genial escreveria uma obra tão bem conseguida e, João Tordo demonstrou-o brilhantemente.
É por estas razões e ... porque gosto de ler que ...
RECOMENDO!

quarta-feira, 19 de março de 2014

O Bazar Alemão - Helena Marques

O Bazar Alemão é um livro de Helena Marques que expressa os efeitos das políticas racistas alemãs em países e comunidades que à partida não estavam relacionados com a 2ª Guerra Mundial, como o caso de Portugal (país nulo) e, em particular da comunidade madeirense. Em vésperas da guerra, é decretada uma lei que tinha em vista a preservação da honra e do sangue alemão, chegando a abranger as leis relacionadas com o casamento, atingindo a comunidade judico-alemã que habitava na pacata cidade do Funchal. Nessa época, chegara a esta bela cidade um jovem alemão, Eugen, que recebera como guia e orientadora na ilha, a melhor amiga da filha do cônsul alemão, Elisabeth. Entre ambos estabeleceu-se desde o início uma relação de cumplicidade e confiança, sabendo que estavam destinados um ao outro. Ao mesmo tempo, desenvolvem-se outras histórias paralelas, como a de Mike, um jovem português que estudava em Londres, e Katherine, uma mulher independente e autónoma, de origem alemã, que se amam sem paixão. Dando nome ao romance, surge a história de Izaak e  Miriam, um casal polaco que imigra para Portugal em busca de melhores condições de vida para si e os seus filhos, abrindo um negócio de venda de artigos de costura, entre outros, O BAZAR ALEMÃO, que os sustentava. Dá-se também a presença do amor entre Leonor e o Dr Franz. Como impedimento a todas estas relações, existe um estranho casal alemão, de convicções puramente racistas, os Bromberger, que tentaram por em prática as políticas de Hitler, impedindo o casamento de Eugen e Elisabeth e dificultando a vida ao casal polaco.
É um bom livro que mostra como algumas políticas conseguem transtornar a vida familiar e quotidiana de pessoas sem relação com essas políticas e a forma como se devem ultrapassar todos esses problemas.
É por estas razões e ... porque gosto de ler que ...
RECOMENDO!

terça-feira, 18 de março de 2014

A Rapariga que Roubava Livros - Markus Zusak

Relacionado com a 2ª Guerra Mundial, este livro retrata, através do seu obscuro narrador, a Morte, a vida dos habitantes de Molching, um subúrbio de Munique. A ação começa com a chegada de Liesel Meminger, uma rapariga que vem ao encontro da sua família de acolhimento, o casal Hubermann, tendo um passado triste, com a sombra da narradora a pairar sobre o irmão que morrera durante a viagem para Molching. Tendo já escapado por uma vez às mãos da narradora, esta última conta-nos as peripécias do crescimento desta criança, considerando como um dos seus ídolos, uma daquelas pessoas que merece por tudo viver. Assim, é-nos dada a conhecer a sua relação com os pais, o seu melhor amigo, Rudy, e os vizinhos, e, o facto que a levou a receber a alcunha de ladra de livros. Numa noite em que se comemorava o aniversário de Hitrler com uma grande fogueira que queimava tudo o que fosse anti-nazi, Liesel consegue tirar um dos livros que teria como destino as chamas, tendo sido observada pela mulher do presidente da Câmara, que a passa a convidar a frequentar a sua biblioteca, da qual começa também a roubar livros. Entretanto, devido a uma promessa que fizera durante a 1ª Grande Guerra, o pai de Liesel vê-se obrigado a alojar um judeu na sua própria casa. Este judeu conhece Liesel, percebendo que têm coisas em comum, como os medos e os sonhos. Ele começa a ilustrar-lhe livros por ele escritos, que dedicava à rapariga e à sua estreita relação de amizade. Com o avançar da guerra, Molching é bombardeada e, em quatro das suas ruas, todos os habitantes morrem, à exceção de Liesel, que adormecera na cave enquanto escrevia o seu próprio livro. Perde toda a sua família, restando-lhe apenas o pai de Rudy, que se encontrava na Guerra aqundo do bombardeamento. Algum tempo mais tarde, com o consumar da guerra, dá-se a libertação dos campos de concentração e, Max, o judeu que vivera em casa de Liesel e que anteriormente tinha sido levado para o campo de Dachau, regressa em busca de Liesel. A história acaba com uma prolepse, em que a narradora encontra Liesel, devolvendo-lhe o livro que a rapariga escrevera e que havia preservado ao longo do tempo como  seu bem mais precioso.
Em suma, gostei muito deste livro, pois evidencia o sofrimento causado por uma guerra, os transtornos criados pelas políticas raciais, e acima de tudo, verifica-se muita criatividade da parte do autor, pela forma como escolhe as personagens e como liga os assuntos, sem menosprezar os impactos da Guerra.
É por estas razões e ... porque gosto de ler que ...
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sexta-feira, 14 de março de 2014

Herança de Gelo - Nora Roberts


Dando continuação a Herança de Fogo, Nora Roberts apresenta-nos a irmã de Mggie, Brianna, uma mulher dedicada, amorosa, mas com um coração gelado que a impediu de viver o amor. Como possui uma estalagem, está habituada a conviver com todo o tipo de pessoas, desenvolvendo o seu lado afetivo. Entretanto, durante o Inverno, estação em que começa esta narrativa, a sua estalagem é menos frequentada, mas, aparece um misterioso e solitário escritor, unicamente com planos a curto prazo, Grayson Thane,  que pretende escrever o seu novo romance, inspirado nas maravilhas que a Irlanda tem para oferecer. No entanto, a hospitalidade da anfitriã acaba por o conquistar rendendo-se ao amor que nutre por aquela fantástica mulher. A sua relação vai-se desenvolvendo, partilhando segredos e emoções, mas é ao mesmo tempo condicionada pelo fator tempo, pois Grayson tenciona abandonar a Irlanda após concluir o seu trabalho. Enquanto nómada, como se considerava, Grayson sentia-se despreendido de todo o seu passado, mas aos poucos, o seu coração foi-se tornando mais sensível, e mesmo depois de partir, deixando Brianna mais uma vez deprimida por não conseguir manter um amor, Grayson percebe que não é esse o rumo que quer para si nem para o seu livro, em que o herói deixa o seu amor e parte em bisca do desconhecido. Regressa para junto de Brianna, onde a encontra prostrada a chorar e, pegando em toda a sua coragem , pede-a em casamento, explicando-lhe as razões da sua mudança.
É um bom livro que realça o papel que os sentimentos podem ter na vida de uma pessoa e como o passado não pode afetar todas as nossas decisões e escolhas. A autora consegue manter o suspense e o interesse do leitor até ao fim da obra e a linguagem é muito rica e variável, sendo uma das muitas mais-valias desta autora. Gostei muito de ler a obra.
É por estas razões e ... porque gosto de ler que ...
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